Educacional

Dicas para manter o bem-estar do professor

Uma das figuras centrais do processo educacional é justamente aquele que transmite o conhecimento: o professor. Engana-se quem pensa que a arte de lecionar é simples ou que qualquer um poder exercer tal função. Ser professor exige estudo, paciência, dedicação, vocação e o mínimo de satisfação em propagar o saber.

Além disso, a figura do professor representa não apenas alguém que com uma formação superior. O docente, para o aluno, especialmente aqueles nos primeiros anos escolares, é um verdadeiro mestre, com domínio dos diversos campos do saber.

Infelizmente, a profissão não vem sendo valorizada na medida de sua importância social. Em recente pesquisa, o Ibope mostrou que 78% dos professores escolheram a carreira por questões de afinidade com o ofício. No entanto, 33% disseram estar insatisfeitos com a atividade. A parcela de satisfeitos totaliza apenas 21%.

E motivos não faltam para tal insatisfação. Salários abaixo do piso, pouca ou nenhuma estrutura para o exercício da profissão, salas de aula superlotadas, desrespeito por parte dos alunos, desvalorização por parte das empresas etc. Enfim, há muito ainda ser feito por essa classe em nosso país.

Mas já que estamos falando sobre o bem-estar dos nossos mestres, um bom gestor escolar compreende a importância desse tema. O professor é o cartão de visitas da escola. É ele quem faz a ponte entre clientes e gestão. É por meio dele (e do trabalho dele) que o cliente aprovará ou desaprovará o serviço oferecido e, consequentemente, a instituição de ensino.

Que saber mais sobre como oferecer aos seus docentes as melhores condições de trabalho possíveis? Vamos deixar por aqui algumas dicas para você avaliar como tem lidado com esse público e planejar boas estratégias para ter esse super time vestindo a camisa e jogando a seu favor.

bem-estar do professor

 

1- Valorize-o!

Sabia que um estudo da Varkey Gems mostrou que o Brasil está em penúltimo lugar, entre 21 países, no ranking de valorização de professores? O rankeamento foi feito com base na remuneração de docentes, respeito por parte dos alunos em sala de aula e o interesse pela profissão.

Além das questões econômicas, os professores perderam bastante no que tange ao reconhecimento profissional. Há algum tempo atrás, ele ainda era visto como uma figura de destaque extremamente respeitada. Era o maestro que regia a grande orquestra de alunos e todos os seus comandos eram devidamente respondidos. De lá pra cá muita coisa mudou e, nas atuais condições, ter ânimo para o exercício da profissão é um desafio diário.

Se você, gestor escolar, tem buscado alternativas para otimizar o bem-estar do seu corpo docente, o primeiro passo, sem dúvidas, é a valorização. Reconheça as qualidades de quem tem feito a diferença em sua instituição de ensino. E aqui não estamos falando de recompensas financeiras, mas do bom e velho elogio sincero que nunca sai de moda. Ouvir de outras pessoas que você tem feito um bom trabalho é um grande incentivo para perseverar no caminho que vem sendo trilhado.

 

2- Incentive-o a ser cada dia melhor

O bem-estar do professor também passar pela certeza de que o lugar onde ele trabalho oferece incentivos para que ele se capacite. Já pensou em transformar aquela reunião “chata” em uma oportunidade de capacitação do seu corpo docente? Pois é. Vale muito a pena convidar alguém com experiência na área da educação para trazer novidades. Tenha em mente que essas ações são, na verdade, investimentos.

Um ponto essencial para uma boa gestão escolar: ações pautadas na meritocracia evitam acomodações no sistema. Seu professor, voluntariamente, buscará sair da mesmice e trará novas possibilidades de ensino para a sala de aula. Sem falar na disposição em ensinar que será constantemente renovada.

 

 

3- Ofereça os recursos necessários para o exercício da profissão

Já imaginou chegar um dia no trabalho e perceber que levaram sua mesa, computador, cadeira etc.? Você seguiria normalmente o dia de trabalho ou procuraria reaver seu material, questionar seus superiores? Bom… Com o professor essas coisas acontecem com mais frequência do que se pensa. A diferença é que ele acaba lecionando com os recursos que tem a mão no momento. Desestimulante, não?

Sendo assim, não espere seu docente exigir determinando material que está em falta. Tenha o cuidado de proporcionar tudo aquilo que ele precisa, de forma que sua única preocupação seja ENSINAR. De qualquer forma, seja aberto para que ele, se necessário, reivindique aquilo que julgar relevante.

 

 

4- Portas abertas

Como já falamos no início, ao longo dos anos, a figura do professor passou por muitas mudanças. Ele, que antes era visto como mestre, em muitas ocasiões é tratado como qualquer um. Com certeza você já viu nos noticiários casos de professores ameaçados e agredidos por alunos. Ou pior: pelos próprios pais de alunos. Estar sujeito a esse tipo de situação durante o exercício da profissão não é nada fácil. Tais medos e receios influenciam diretamente no processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, nos resultados da instituição de ensino.

A fim de resolver ou evitar problemas dessa natureza, uma boa alternativa é conferir ao profissional o lugar que lhe pertence por direito. Esteja sempre de portas abertas para os seus professores. Por estarem dentro da sala de aula, conhecem melhor que ninguém as necessidades educacionais da escola. E também podem te ajudar, como ninguém, a elevar a qualidade da instituição.

 

Esperamos que, a partir dessas poucas linhas, você possa refletir acercas de como vem tratando seus docentes. Após reflexão, coloque em prática as medidas que julgar necessárias. Valorize seus bons profissionais. Você, a escola e os alunos só têm a ganhar.

 


Aline de Sá é graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e mestranda em Comunicação, Tecnologias e Educação pela mesma Instituição. Atualmente, atua como assessora de Comunicação e Marketing do IMEPAC Araguari. Especialista em Marketing e Redes Sociais, tem experiência em Educomunicação e aplicação de recursos transmídia na Educação.